25 fevereiro 2007

(o telegrama)

na sua fraca tentativa de lhe meter uma sílaba
no meio do peito havia também muito pouco a esperar.

mas apesar de tudo era um peito liso e magro
bem desenhado como deve ser um lábio

asas
e tínhamos um mês de verão para experimentar a coisa.

asas
depois do almoço era quando a praia
lhes sabia melhor
e por volta das sete da tarde já o mar era vencido,

asas
lá no meio como pérolas de ostras crianças ou como
quase nada de vícios. enquanto a pele tomava o bronze
demorava-se mais lendo o fantasma da ópera,
talvez preferisse tomar as sílabas daquele livro às minhas
e à noite era difícil adormecer.

asssa
havia uma varanda rasa ao chão e era fácil ler o céu
enquanto eu desejava não ser eu na casa. tu tinhas
um telegrama na mão que as estrelas vinham buscar

sddas
e eu não.

asas

3 comentários:

Anónimo disse...

Gosto imenso deste poema. Já posso dizê-lo por aí? -R

Gabriel Mário Dia disse...

Sim(stop)? Onde(stop)?
Aí também posso ir eu(stop), não(stop)?

Anónimo disse...

Já o disse. No clube literário! - R