15 fevereiro 2007

manhã de árias simples
















antes, o milho não podia secar com amor
porque o sol é uma ferramenta da fome.

asas
esta fome é diferente: é veres-me eu e as palavras,
confidente num cinzeiro que as apaga e as re-escreve.
tentado a prometer uma manhã de árias simples.
custa acordar, eu sei.
mas que mal tem amares-me como se de mim precisasses?
assa

que catástrofe te livrou de mim?
que problema pode ser maior eu existir?
ama-me para sempre

2 comentários:

Anónimo disse...

Depois deixo a distância encolher-se num canto pequenino do tapete. Depois lembro-me que sempre precisei de ti, ainda não tinhas nascido e já eras eu ali a querer-te no canto do tapete. As vezes que atirei o tapete do sexto andar foram tantas como as que voltei a carregá-lo escadas acima. E isso transformou-o num tapete voador de mais de mil e uma noites. Acho que ainda hoje nenhum de nós percebeu por que razão temos um tapete. mas somos os dois um tapete e quando me respondes com um abraço depois das tempestades eu estendo-me contigo para além do canto pequenino e voamos. -R

Gabriel Mário Dia disse...

texto bonito