05 fevereiro 2007

formalizando o tédio: pronto

Jurgen Klauke, o reconhecido fotógrafo que se distinguiu nas décadas de 70 e 80 do passado século, desenvolveu uma linguagem pictórica baseada em ciclos ou em sequências onde ele próprio ou os objectos metaforizam a incapacidade de comunicar, a identidade, a psique, o corpo. Formalizando o tédio é talvez a sequência que maior reconhecimento internacional lhe deu: representa a tentativa de superar uma sociedade consumista, pouco diversa, isolada e em luta com os costumes que ela mesma instituiu. E como é difícil vencer. Klauke não é portanto um artista desinteressado da produção social da sua fotografia. Encontramos muitas relações entre pessoa e trabalho, como também associações entre arte e vida, objectos andróginos e outras coisas mais. Está lá o desejo da transformação da sequência, nem que seja através do humor, mas está lá sobretudo através do recurso à figuração do corpo e dos objectos para expressar as relações precárias, mas paradoxalmente tão sedentas, com a cultura e com a palavra.
Dá vontade de pegar na energia criativa do Jurgen e levá-la para casa, pô-la a dormir connosco e celebrar o que tem mesmo de ser celebrado, de preferência compulsivamente e sem tédio. O problema é se as cadeiras nos caem em cima da cabeça.

2 comentários:

Anónimo disse...

Ehh pá! E não é que vou inaugurar os comentários??
Boa ideia esta, Gabriel, de criares um blogue! E muito bonito o primeiro post...
Vou adicioná-lo aos favoritos e todos os dias virei cá espreitar as novidades! :)
Beijinhos

Anónimo disse...

Um dos favoritos? Uau! Se isto fosse um daqueles concursos em que se ganham coisas como prémios tu ias para casa com um presente novo: primeira das primeiras. Um beijo