10 abril 2007

(despedidas)

as
as
as
as
as


esta semana vais fazer as malas
e apanhar o avião,

e nas despedidas

não dirás adeus

(porquê?)

já fizeste os cálculos todos:
são realmente aborrecidas

e depois,
vai ser viagem rápida
nada de ir trabalhar para fora

(ainda bem)

é que há quem parta para áfrica
e não deixe sequer
um bilhete para os amantes,

para por no guarda-jóias ou assim

(sempre ajuda)

porque nós asasasasaasque ficamos
iremos ver as notícias ao café,

só para deixar passar as tardes

pois cansámo-nos de esperar
e de vestir roupa nova
para quase ninguém ver.

asas

1 comentário:

Anónimo disse...

Na Galiza a terra invade o mar como se o fecundasse.
A erva escorre pelas ravinas
até entrar nos barcos encostados; há sempre um barco à espera de alguém que resolva enfim partir quando o vento abrandar.
Na Galiza parece que se faz contrabando ao cair da noite, quando está frio e até chuva,
como se as luzinhas dos barcos
não se vissem a saltitar na calmaria da água das rias
e não se notasse nos olhares desconfiados dos homens que eles ou estão a passar tabaco americano ou a ver a praia de nudistas
onde são mais os olhares intrusos do que os que se libertam
ao sol e à água.
Na Galiza há nuvens que nunca acabam de andar de um lado para o outro.
Na Galiza, às vezes, apetece embarcar sem dizer adeus. - R