21 fevereiro 2009

Ou o olhar de uma camélia



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Os nervos redondos desta flor
de dentro queimados, cortados,
largam fogo. Espalham-se em mil partículas,
cuja delicadeza é cada poro
ou o selvagem desvio dos traços uma única vez feito.

Uma a uma, as pontas abrem
guardando dentro a perdida seiva
que no ar se vai. Uma flor assim despida,
pronta para olhar, faz temer as mãos
que difíceis ficam.

E ambos sabemos, a camélia e eu,
que o estado primitivo é sempre o corpo,
este tom, esta visita, este princípio.