12 maio 2010

Ou primeira vez
















Deixaste-me na pele uma rota
desenhada pela tua - tão menos obscura,
agora que a violência nua deste poema
é o seu traço. Hoje essa rota é estar em ti
porque me lembro dela em mim: tão arriscada
fora a sombra, como se o mistério
mais não fosse ter-te ao pé de mim,
ver o que já tinha visto. Mas a voz era esse fio
no qual caí, suspenso por um braço
que de noite me rendia o ar e no regresso
me trazia outra pessoa. Deixaste-me essa rota
inscrita em prosa, cheia de vida num lugar
depois levada por um rio,
tão plena no seu percurso.

1 comentário:

Anónimo disse...

Confesso que me tinha esquecido do blog, GMD, e no entanto adoro-o e no entanto foi tão bom lembrar-me hoje e voltar aqui para encontrar coisas tão belas! - RT