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Foi muito púrpura ver-te sorrir no meiodos armários vintagee dos copos alface de onde nos vinhamas maçãs e o açucar. Foi muito elegantetudo o resto, antes sequer de ter acabado:eu pensei que só se nascia uma vez.Vamos por partes, tu um esquema que ainda guardocomo se fosse a primeira naveque desceu na lua - como se vê, a tenderpara o infinito - uma hora que foi realmenteurbana para mim. Eu passo muito tempo a pensar se sou moderno, nós éramos uma cor,eu pensei que só se nascia uma vez.Aquela sobriedade do Porto foi muito labialno sentido em que tocaste cada um dos degrausda eterna música, que já não é somé arquitectura, é carne, vírus.Foi muito felino tudo aquilo que o resto fez,rompem os tambores e pouco interesse háem distinguir se viemos hoje,por isso eu pensei que podia nascer outra vezem dois sítios só, ou num só.
Eles andam atrás dos gaiteiros,
dos que andam à cata de álcool entre a meia-noite
e as sete.
E é tudo bastante triste, é suposto que a madrugada
seja um enorme g onde todos os vícios caibam:
diz-me porquê? Passam os senhores da lei
e as viaturas abrandam enquanto lá dentro
há um corpo que se desterra, as tuas mãos
o meu ventre agoniado, é como se agora e para sempre
estivesse na nonagésima página de um cigarro
que é este texto,
e durante ti Janeiro implodisse concretamente.
Eles dizem ler o aviso,
está tarde, faz frio, vão para casa que este vinho
não é de beber: malditos gaiteiros que chegam às desoras.
Não se explica esta coisa de o coração vigorar
porquanto a vigia que o nota,
são cem os alfabetos que pela noite batem
e a velocidade que a rua traça. E falam
por causa dos estranhos que conhecem às escuras,
como se esperassem que nenhum outro
os detivesse pela sombra, fazem-se eleitos
pregando truques à miséria que os recolhe.