26 julho 2007

gabriel

quando eu tiver sessenta anos
vou ter achas incolores
descendo pelo rosto,
e uns dedos azuis
cuja longevidade
estará além dos livros
e da fé.
vou deixar de marcar encontro
com os poetas
e de escrever mais do que uma carta
à mulher que um dia já morreu.
vou ser pai e avô
a velha ama da literatura
que macia lhe limpa o pó,
perscrutando a mania
adolescente dos meus filhos
e das suas namoradas.

asas

3 comentários:

ipsis verbis disse...

Entrei aqui por causa do Bruce Nauman, mas depois continuei a ver mais coisas. Gostei deste poema.

Anónimo disse...

gosto, sim.

Pedro Teixeira disse...

mt bonito