08 junho 2007

é inútil voltar atrás


as
as
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sa
as
as
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as
as
as
as
as

as

havia um homem que dizia
isto é o máximo que
eu consigo odiar

estava cansado de
virar a frase ao contrário
já muito moído de

quase sempre dizer
isto é o mínimo que
eu preciso amar

asas

5 comentários:

Anónimo disse...

Escorregava com a água fresca e aveludada da lagoa do Gerês, observando a medo e com alguma humildade os líquenes amarelos rendidos ao sol e os esverdeados da marca do Verão escuros e viscosos, gravados nas enormes fragas roliças a lembrarem o corpo da mulher da venda de vinho em pipa
Não era capaz senão de odiar aqueles momentos em que o sol começava a brincar às escondidas por trás de um pinheiro mais frondoso ou de um cabeço árido
Reconhecia as palavras de trás para o lado, como num espelho de Imprensa Freinet em que se aprende a escrita e a leitura das coisas puras da inocência ali tão sérias
E verificava que pela serra abaixo havia caminhos pequeninos cada um a trazer mínimos sinuosos de amor
que se juntavam depois em grandes largos de gente a dormitar enfim
Era assim que voltava a abraçar
os caminhos até ao mar sonoro
onde a amizade afinal se acolhia
de onde nunca tinha saído e o sol
tinha rios de confiança renovada - R

Anónimo disse...

No poema
desflorado e
pétalas

No sonhar
pintado e
azuis

Na surdina
musicada e
voos

No olhar
dedicado calma

Se constrói
liberdade
e paz -R

Anónimo disse...

Lindo!!!
:)
Beijos

Anónimo disse...

estava cansado de
virar a frase ao contrário

Anónimo disse...

Continua a publicar-se neste blog boa poesia, a que não falta o essencial: originalidade, contundência e uma voz própria e identificável.