03 maio 2007

Ódios

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A praga, é isso que tu és. Tenho de dizer praga muito devagar, tal e qual como devagar chamas as coisas pelos nomes. A praga, sim, a grande praga, a maior pandemia de sempre, a pasta invisível que paira no ar infectando as tribunas, as salas, as escadas e os móveis. A grande chaga, mais, o ninho de besouros vermelhos que se comem uns aos outros e que na sobremesa enchem as barrigas de sangue. Porque multiplicas, porque tomaste o corpo de Cristo e agora julgas que és Sísifo, que enganaste a morte e as guerras. Porque és o lastro de óleo das baleias, porque és demasiado loira para uma portuguesa. Não há, não há paciência para ver-te aos hellos good mornings oh yes’s pelos corredores fora. Porque vomitas em excesso a educação londrina e a transformas no pão dos rapazes pobres deste país. És a praga sim, toda envenenada de ti até ao talo, és Messias de uma boa nada boa que pensas ser grande. Sim, grande, tão grande como o tamanho da lagarta-mãe, rainha de todas as fêmeas, que lhes toma o coração e os esfíncteres. Tão chaga que és, sozinha produzes tu uma espécie para que assim, maniatada, possa tornar-se na tua infinita filha.
asas

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