quando eu tiver sessenta anos
vou ter achas incolores
descendo pelo rosto,
e uns dedos azuis
cuja longevidade
estará além dos livros
e da fé.
vou deixar de marcar encontro
com os poetas
e de escrever mais do que uma carta
à mulher que um dia já morreu.
vou ser pai e avô
a velha ama da literatura
que macia lhe limpa o pó,
perscrutando a mania
adolescente dos meus filhos
e das suas namoradas.
asas
26 julho 2007
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3 comentários:
Entrei aqui por causa do Bruce Nauman, mas depois continuei a ver mais coisas. Gostei deste poema.
gosto, sim.
mt bonito
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