09 abril 2007
granitos
as
as
as
as
as
a
sa
s
as
as
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a
s
as
as
as
as
as
estivemos na casa ontem
(mas)
pela primeira vez, à procura
talvez das coisas que mudaram
ou dos trilhos no meio da erva rasteira,
por baixo das pedras
“ainda há sanfonas a sair do granito”,
veio-me dizer
e era verdade,
tal e qual as manhãs inundadas de frio
e de pássaros pequenos,
fugindo do vale lá longe
“meio queimado”, lamentei,
e de umas quantas videiras secas
que nem pela fresca
eram verdes.
asas
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2 comentários:
Volto a esta terra mais uma vez por entre o castelo, o rio e as imagens que me assaltam inesperadamente. De novo a casa que já não parece tão pequena como no primeiro regresso. A parreira que já não dá sombra continua entrelaçada aos jogos de infância e a água do enorme tanque escorre ainda pelo chão verde claro de primavera. Há flores brancas, amarelas e roxas por toda a planície, pintalgando a minha existência que não se renova à mesma velocidade que ela. As nuvens parece que cresceram neste domingo de Páscoa, mas não se atrevem a obstruir por completo o sol. Os telhados estão de ninhos preparados para as andorinhas, mas ainda se vê, no alto da enorme chaminé da cerâmica, a cegonha, guardiã dos cântaros e vasos que já quase ninguém parece comprar, a não ser um turista em busca das coisas que estão um pouco para lá do roteiro.
Volto a esta casa, ao meu quarto de sempre que parece eternamente embalsamado para me receber e retomo o álbum de fotografias com medo que de repente a minha imagem tivesse desaparecido e eu fosse banido do meu próprio passado.
Mas tudo se recompõe, quando me reencontro e assumo as paredes, a cal e até os pedacinhos de musgo que ainda estão rente ao caminho, à sombra da casa, como eu. - R
As casas, mesmo sem ninguém, são viveiros em movimento, do que passa e do que vem! Nas páscoas há quase sempre uma espécie de regresso ao que já foi.
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