[cronómetro 0:00]
vinte minutos, pouco mais
do que vinte minutos,
são pessoas, muita gente passando
trazem decotes e cortes de cabelo
brincam ao verão
e têm cor.
vinte minutos, pouco mais
do que esta meia hora,
são passeios, um ruído de ferro
e mais de quinhentos telefones
tocando, pego no meu
é engano.
são apenas vinte, pouco antes
deste fim de tarde,
são quiosques de ouro olhando
p’a quem passa
quatro cães sinistros
e raparigas a mais.
[cronómetro: devia estar em veneza]
tenho vinte minutos, não mais,
é muito para esta
dor de cabeça
fazer de mim férias
encostar-me por fim à cadeira
adormecer de jornal fechado.
asas
03 agosto 2007
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6 comentários:
é... o sufoco do Verão
boas férias, ou qualquer coisa que lhe seja parecido.
Gostei muito desta linguagem poética.
NÃO HÁ TEMPO
Para o tempo não há tempo
a esvoaçar panos crus
iluminados estendidos
vento norte raio de Sol
boca de Lua
Para o tempo não há tempo
a dobrar faces rubras
de lençóis versos sós
liquefeitos fugidios
nos ribeiros
Para o tempo não há tempo
a escutar em orelhas
decoradas com cerejas
curvas doces pontilingues
de silêncio
Para o tempo não há tempo
a embriagar sabão-prata
mãos de luz olhos loiros
de ternura pés andantes
em saudade
Para o tempo não há tempo
a sentir gotejante
rapidez de coração
esperança temperada
a sonhos
para o tempo não há tempo
a fugir horizontes
lusco-fusco esquecimento
para o tempo só há tempo
para o tempo
Porque o tempo pára aqui
a sorrir que há-de ser
para apanhar numa pomba
de canção a esvoaçar
pelo tempo -R
tudo tão...depresssa...!?
/é essa a palavra...?/
Tempo é uma palavra entre parêntesis que nos deixa em liberdade. E vem. E vai. Cheia de pressa. Ou não?-R
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