Demasiadas vezes contas esse teu fruto
um dia perdido
e depois achado
na boca.
Havia passado um
mês contigo na cabeça.
Fiz-me às ervas
e decidi
colocar-te a mão o mais perto que fosse
de ti.
O mês inteiro por
fim chegou
“novembro aqui
outra vez”
e dilacerei uma família
em cujos milénios
repousavam as feridas
imberbes de um menino.
Fosse o sol menos
escuro durante todo aquele mês
e eu talvez visse
como nas direcções da rua
era o teu
trajecto que a casa me levava,
mais ninguém ou
nada.
O vício da
entrega teve a ver com a solidão da mão,
aquela que por
perto se pôs
e muitas facécias disfarçava enquanto ao meio ia
dar,
a ti, à pedra, ao
princípio.
A coragem de um
enterro não vale para uma mão inquieta.
Ela soerguia
lentamente os dedos
como passos na
rede estrelar do teu queixo.
Eu vi um traço,
digo. Eu vi o traço de fugida que foi de surpresa
ver-te a rir,
e da minha mão
todos os sons da terra bateram.
Fui à tua morte,
o princípio do
silêncio que me puxara a corda
e escolhi
exactamente o sítio para de frente me ver.
Quem morrera de
facto?
As tentações do
corpo, do amor, da sombra
são as nascentes.
(fotografia de Peter Keetman)