14 outubro 2012

Em setembro voltaremos


































Ele tinha quatro peles
que durante um olhar parado
falavam como o início da voz,
e num daqueles túneis agora modernos
eu sonhava com o desejo
daquela sua chegada.

Às primeiras folhas das árvores
ele furtava aquele nervo igual à sua boca,
e nos beijos crescia selvagem,
praticamente nu.

Eu vi como pode um homem
desparecer por meio das suas palavras,
menos pelo corpo,
e imaginei-lhe um retrato
numas dessas paisagens sem sombras.

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