26 outubro 2007

paredão: 2002


já começara a nítida madrugada
estivemos ali sentados no paredão
levando com os salpicos de sal nos pés
e dissemos descalça-me, pareceu por dentro

foi da areia que trouxemos coisas caladas
já que sob a pele tudo dizia
quase a voltar no tempo, se a isso levasse:
desvicia-me, dissemos enquanto descíamos as horas

e vimos uma solidão de buraco vazio
subindo no distante da noite, tão instante
como aquele jogo de língua a serpentear
os lábios de todos os irrepetíveis espaços
asas

2 comentários:

Anónimo disse...

gosto da ideia do sal nos pés, as coisas caladas

Anónimo disse...

poema muito bonito - R