Manhãs, Berlim, que dos olhos não vêem,
isto é ser um pé, é andar de olhos calados:
façamos do pé uma fenda, são cadáveres
as pedras que piso.
Dia um, dia dois, dia três,
tudo antes hoje por agora, que matar pássaros
é só dizer mein gott por cada tiro, mein gott
por cada porta.
Silêncio, que vimos num T1,
eu, tu e muitos mais: é um traçado,
um esquilo, um canhão em alto-mar.
26 dezembro 2009
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